Sinopse: Os irmãos Cherry e Mike se encontram em uma situação complicada. Seus pais foram presos por motivos desconhecidos e agora eles se vêem obrigados a morar com sua sombria avó em outro país.
Lá, se deparam com um grupo de jovens misteriosos com habilidades incomuns que se intitulam de “Os sete”, cada um representando um pecado original. Mas o pior de tudo será Cherry que, sem perceber, se apaixona por um deles, o irresistível Luxúria!Muita confusão e romance aguardará você que deseja se aventurar a ler essa historia.
“ Você resistiria às doçuras e os prazeres da Luxúria?”
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Leia o primeiro capítulo!!!
1 - NewCastle
O carro preto cortava a forte chuva da estrada com extrema facilidade. O motorista era muito experiente e conhecia cada curva, transparecendo uma calma tremenda que refletia nos dois jovens do banco de trás. A proximidade de NewCastle só botava um ponto final a uma longa e cansativa viagem.
A garota se chamava Cherry o garoto Mike, os irmãos gêmeos White. Observavam aquele clima chuvoso pela janela do carro e concluíram que não combinava muito com a serena Baltimore.
“A Europa não era o lugar certo para eles” — chegaram a pensar. Cherry, mesmo com seu casaco rosa e de braços cruzados tentava em vão, diminuir o frio que sentia. Sua pele que já era branca agora estava mais pálida que nunca. Tinha cabelos castanhos, que mesmo amarrados em um rabo de cavalo, tocavam levemente seu rosto a irritando.
Olhou para seu irmão, que estava sentado o mais distante possível. Muito absorto em seu rock pesado “ WISH I HAD A ANGEL”. Ele que antes , tinha o cabelo idêntico ao dela, agora os exibia negros artificialmente, escorridos e com algumas mechas avermelhadas cobrindo um de seus olhos na maior parte do tempo.
Ela se lembrava de como era seu irmão antes, mais vivo, elegante e alegre. Agora suas roupas, sempre negras, eram pesadas e apáticas, usando sempre algo nos braços. Embora o físico não tenha se alterado, uma vez que sempre fora atlético, diferente da magricela que ela era, não o via mais animado para os esportes.
— Vai continuar sem falar nada? — Tentou mexer com ele.
Mike não moveu um músculo e continuou a ouvir sua musica.
Derrotada, preferiu voltar a observar a janela e suas gotas de chuva. Foi uma certo dourado distante que lhe chamou atenção. “Luzes!” pensou.
Aquilo mais parecia um vilarejo. Exatamente como Mike imaginava, extremamente diferente de Baltimore. A cidade era repleta de monumentos antigos, becos e ruas estreitas feitas de pedra, porem com muitas casas modernas.
Ambos criaram expectativa de que a longa viagem terminara. Que finalmente conheceriam o novo lar ali mesmo, mas o carro continuou de forma que estavam novamente em outra estrada escura.
— Aonde vamos morar afinal de contas? — Falou Mike finalmente, rompendo o silencio com sua voz grossa.
— Ah senhor, a sua casa fica distante da cidade. Isso é muito comum por aqui! — Falou o motorista.
— Ótimo! — Resmungou o garoto e, se era possível, aumentou mais ainda o som de sua musica.
Dezesseis anos era a idade dos Irmãos. Mas quando Mike agia daquela maneira, Cherry tinha certeza que sua idade mental diminuía consideravelmente, fazendo-a parecer mais velha.
Na verdade sempre se considerou a mais velha. Desde as atitudes ou mesmo no modo em que ela encarava as coisas. Mike levava tudo muito á serio, sempre buscava um lado sentimental das coisas. Dramatização sempre fora com ele. Apesar de seu físico, o irmão sofrera muito nas mãos de Cherry quando eram pequenos. Ela ainda tinha saudades dos velhos tempos.
O fato de deixar sua casa e amigos para morar na Europa foi encarado da pior maneira por Mike. Ele tentou de tudo, ataques de raiva e muita discussão. Mas no final não havia alternativa.
“Eu estava indo tão bem” pensava, se referindo a tudo o que ele conseguira conquistar nos seus dezesseis anos de vida. Popularidade, sucesso no seu esporte favorito, garotas...
Tudo ficara em Baltimore...
Embora a chuva caísse com mais força, Mike pode ver que o carro atravessava uma estrada inteiramente verde. Parecia estranho. Era um enorme campo em que se perdia no horizonte, haviam poucas arvores e aquele era um visual típico de desastres naturais, furacões e etc. Ele fitou um borrão gigantesco à frente tentando ao máximo definir o que era.
— Chegamos crianças! — Disse o motorista parando em meio ao nada.
Cherry olhou para fora encontrando um portão e um enorme muro. Mas nada de casa.
O portão se abriu automaticamente quando o motorista usou uma espécie de controle. E assim o carro entrou.
Os irmãos esperaram ver finalmente a casa, porém se depararam com uma nova estrada. O borrão crescia descomunalmente , mesmo com a chuva incessante era evidente que ali na frente existia algo enorme.
Ao se aproximarem, constataram que não era uma casa e sim um enorme castelo. Repleto de luzes acesas e com a grande porta da frente aberta.
Cherry arregalou os olhos, e se tivesse olhado para seu irmão teria visto a mesma expressão. Não era um castelo qualquer, daqueles que alguns poderosos constroem aos montes. Era um castelo absurdamente gigantesco!
Mike conseguiu ver pessoas do lado de fora do castelo em duas fileiras. Todos uniformizados de frente a enorme porta do castelo. Os homens de terno e mulheres com roupas de limpeza formal.
O carro finalmente parou ao pé de uma enorme escada de mármore. Um dos homens desceu correndo com um guarda chuva.
— Vamos senhorita! Não queremos que fique resfriada. — Falou o homem, e em seguida outro apareceu e fez o mesmo com Mike.
Cherry não conseguia acreditar, era um castelo de verdade! Tudo o que sabia sobre castelos vira em filmes e desenhos animados.
Seu interior porem não era como ela imaginara. Tudo muito moderno, desde as luzes aos eletrodomésticos, conforme entravam mais no aconchegante castelo.
Mike escutou sussurros baixinhos vindo dos criados.
“O que houve com os pais?” alguém perguntava.
“Foram presos”
Antes que pudesse encarar quem dissera aquilo eles já haviam desaparecido, e só o homem do guarda chuva os conduzia a frente.
Finalmente pararam em um enorme salão, que Cherry pode reparar que continha vários quadros com pinturas estranhas.
Alguém os esperava.
A primeira impressão que ela teve, era de estar de cara com uma bruxa de contos de fada. A senhora a sua frente tinha cabelos acinzentados, nariz torto, muito alta e suas sobrancelhas desenhadas, que transpareciam um aspecto de desprezo, aumentava ainda mais o “charme natural” daquela mulher.
— Ola vovó — Disse ela calmamente à mulher, que analisava a garota com os olhos.
— Cherry eu suponho? — disse a voz suave.
— Sim — Respondeu a garota com calma
Mike estava muito desconfortável com aquilo. Suspeitava que a mulher que estava a sua frente logo falaria coisas desagradáveis.
— Eu soube de seus pais a pouquíssimo tempo, foi lamentável! — Falou
— Eles foram injustiçados e ninguém fez nada! — Soltou ele, sua voz ecoou pelo enorme salão.
A senhora olhou para o garoto com desprezo, como se fosse um inseto esquecido por ela.
— Meu querido receio que você não deveria ter muitas esperanças. — Antes que Mike começasse um debate ela continuou com uma voz firme.
— Vocês devem estar muito cansados. A escola de vocês não admite falta nem em seu primeiro dia de aula. Christine, a criada, lhe mostrará seus quartos e amanhã explicará as regras. Boa noite.
— Desculpe...
— Sim? — Perguntou a senhora encarando Cherry com um sorriso no rosto.
— Seu nome...
— Ana Belle.— Falou se despedindo. E desaparecendo pelas portas do castelo em seguida.
Cristine era uma mulherzinha minúscula. Mas parecia muito mais acolhedora do que a avó dos dois.
— Senhor este aqui é seu quarto! — Ela abriu uma porta revelando um enorme espaço. Mike por um segundo ou dois olhou com espanto o lugar, mas rapidamente entrou batendo a porta.
— Ele não fala muito não é? — Disse a mulher, Cherry assentiu.
Finalmente chegaram ao próximo quarto, que parecia um tanto maior. Ela se despediu da criada e notou que suas coisas já estavam todas muito bem arrumadas. Sua cama era enorme e a cortina rubi dançava na noite.
A janela terminava no chão. Cherry sentou- se no degrau de mármore e ficou admirando a noite chuvosa. Queria estar com seu irmão agora e não tão distante, mas mesmo perto dele ainda se sentia distante. Sua única família mais próxima.
Em seu quarto, Mike já estava deitado na cama. Reto e sem vida, ele olhava para o teto. As lagrimas já haviam secado, ele sentia vontade de ir ao quarto de sua irmã e abraçá-la, mas não conseguia. Era covarde e estava destruído, pensava.
Olhou para o lado e observou um armário, em que todas suas revistas e livros estavam já arrumados. Conseguiu ver dali o livro que sua irmã lhe dera de aniversário, “A cabana”. Ele havia lhe dado o ultimo livro da serie “Harry Potter”, que ela tanto gostava. Seus olhos finalmente ficaram exaustos e em segundos já estava em um sono pesado.
Cherry não tinha certeza absoluta se amanhecera. O céu estava escuro ainda, mas a criada Christine chamava pelo seu nome com carinho.
— Senhorita, já esta na hora de levantar!
Ainda estava muito sonolenta e sentiu uma leve vontade de dar umas boas “travesseiradas” na pequena mulher na sua frente.
Levantou-se e tomou um banho muito rápido, demorando apenas para secar seu cabelo até ficar decente. “Primeiro dia de aula, vou ser comida viva”.
De cabelo seco; tinha de pensar em que roupa usar. Alguém bateu na porta.
— Senhorita, seu uniforme! — Disse a criada entregando um conjunto de uniforme composto de uma blusinha formal, jaqueta e uma saia xadrez.
— Uniforme? — Perguntou Cherry, horrorizada com o tamanho da saia. Pequena demais.
— Sim. O Sant’ Marrie é muito exigente na uniformização dos alunos!
“É um colégio católico, não acredito!”.
Vestiu-se rapidamente e procurou algo em sua mala que pudesse colocar em seu cabelo, pois não queria de jeito maneira ficar igual a um robô uniformizado. Finalmente encontrou um laço vermelho que sua mãe usava...
Um tempo depois Christine voltou a bater em sua porta para informar que o café estava na mesa. Desceu as escadarias e encontrou Mike.
Seu cabelo meio bagunçado e as mangas de sua roupa estavam claramente puxadas, exibindo seus braços por completo.
— Assim você vai arrasar os corações das menininhas!
— Cala boca! — Disse ele, finalmente rindo.
Cherry desejou ver mais daquele sorriso,mas Mike novamente se fechou. Deixando-a angustiada por ver seu irmão assim.
Desfez-se daquele desejo e olhou para a mesa que estava incrivelmente arrumada, repleta de frutas e bolos juntamente com sucos de diversos sabores
Mike não fez nenhuma cerimônia e abocanhou um pouco de tudo, mas Cherry ficou intrigada com algo.
— Christine...
— Sim senhora? — Respondeu imediatamente a criada preocupada.
— Onde esta vovó?
— Ah, sua avó já saiu...ela me pediu para orientar vocês dos horários...
A Porta dos fundos abriu e uma garota morena entrou na sala, aparentava ter uns quinze anos,tinha uma linda pele caramelada e cabelos negros maravilhosos ,usava um laço parecido com o de Cherry na cabeça e também estava uniformizada.
— Ah sim, essa é minha filha Lara! — Disse Christine animada chamando a garota.
— Ela também estuda na mesma escola de vocês. Se precisarem de alguma coisa, ela pode ajudar.
Mike olhou brevemente para garota e voltou para seu bolo, a irmã deu um sorriso amistoso, a criada olhou para o relógio e disse apressada.
— O motorista já deve estar esperando lá fora, por favor, se apressem!
Lara saiu da sala educadamente e se dirigiu para fora do castelo, Cherry engoliu o café e se apressou em segui-la.
A razão de terem acordado tão cedo foi imediatamente esclarecida depois de um tempo que os irmãos gastaram dentro do carro. O sol foi mostrando o seu brilho aos poucos, e o carro ainda estava na deserta estrada, agora com luz Mike pode ver como era os arredores de onde iriam morar. Basicamente tudo se resumia a um imenso campo verde que se perdia no horizonte, havia lá algumas arvores secas e vacas pastando.
“Meu Deus, estou no fim do mundo” Pensou ele.
Exatas duas horas depois o carro chegou na civilização. A cidade,que antes tinha se revelado um vilarejo, agora mostrava suas lojas de luxo entre outras coisas modernas.
“Cidade pequena de nariz empinado” Pensou Cherry, se referindo a qualidade das lojas, muitas de marcas famosas.Quando o motorista diminuiu a velocidade os irmãos se inclinaram para janela para tentar focalizar a escola. Lara,que não abrira a boca durante toda a “viagem”,finalmente falou:
— Vocês vão gostar daqui. San’t Marrie é uma escola muito boa!
— Me preocupo é com os alunos — Disse Cherry, realmente se esforçando para ver a escola e algum aluno.
— Não precisa se preocupar, nossa escola seleciona a dedo seus alunos... Você vai entender quando chegar.
— Espero que esteja certa, não quero nenhuma confusão com nenhuma garota logo no primeiro dia.
— Vejo muito disso nos seus filmes adolescentes — Disse a filha da criada.
— Na vida real é pior ainda — Falou Cherry.
Mike revirou os olhos, talvez fosse uma pitada de ciúmes ou inveja pela irmã já estar fazendo sua primeira amizade, mas simplesmente não acreditava nessa de “nossa escola escolhe a dedo seus alunos”.
Quando o carro parou os dois concluíram que a enorme catedral que viram a tempos,na verdade era a escola.
“Tenho a ligeira impressão que vou sair daqui freira.” Pensou ela, mas olhando para sua pequena saia concluiu seu pensamento “Uma freira bem safada”.
Quando deixaram o carro Lara rapidamente se juntou a um bocado de garotas, deixando os dois irmãos sozinhos. Não estavam na mesma sala,o que era comum pois a maioria das escolas tem a tradição de separar irmãos gêmeos, Mike deu alguns passos para frente e a principio não achou nada de anormal na escola.
Ninguém deu a mínima para os dois, eram alunos extremamente bem arrumados e talvez o anormal foi que não eram iguais aos alunos que tinha em sua velha escola. Não estavam ali os alunos que riam exageradamente auto, na verdade todos conversavam tranquilamente em seus respectivos grupinhos.
Ninguém chegava de bicicleta ou skate. Não. Todos chegavam de carros importados, assim concluindo para os dois que nível de pessoal estudavam ali. Ricaços.
Assim que entraram na escola dois homens bem arrumados, e com crachás em suas roupas, vieram ao encontro de Cherry e Mike.
— Cherry eu suponho? — Falou o careca, ela concordou tentando parecer educada o bastante para responder a uma pessoa tão culta. — Venha comigo por favor, vou lhe mostrar sua sala.
Ela reparou que ali se separaria de seu irmão Mike. Não seria uma separação eterna e sim questões de horas, mas algo metafórico em seu coração, algo inexplicável... Dizia que aquilo significaria uma separação verdadeira, algo que deixaria os dois mais distantes do que já estavam.
— Boa sorte Mike! — Disse Cherry olhando para o irmão enquanto se distanciava, esperava uma resposta dele.
— Pra você também. — Respondeu com um sorriso lateral. Uma energia positiva invadiu o seu ser “talvez não seja tão ruim...” pensou.
O homem que ficara com o garoto era bem estranho, parecia uma espécie de mordomo escolar.
— Vamos então senhor White! — Disse, chamando Mike pelo outro nome.
Ele respirou fundo.
— Vamos...
Cherry já estava cansada de tantas escadas e corredores, e seu nervosismo quanto a isso era evidente. Tinha uma certa apreensão de como seria a recepção da sala, provavelmente cheia e já em aula, quando ela entrasse pela porta. O homem careca finalmente parou.
— Sua grade de horários — disse, entregando uma pequena tabela — Nós do San’t Marrie, lhe desejamos um ótimo ano de estudos.
Cherry encarou a porta a sua frente por um segundo e entrou.
Foi inesperado, mas a turma se quer olhou para garota que entrou na sala. Todos estavam muito distraídos cochichando alegres. O professor estava sentado em sua mesa, digitava em seu Notebook em quanto a turma conversava.
A sala estava bastante cheia. Os olhos de Cherry percorreram rapidamente a procura de uma cadeira. Havia uma sobrando logo em frente da sala, ao lado de uma menina loira de rabo de cavalo.
— Ola, sou Francine Carmelie! — Disse a loira com sotaque francês, antes mesmo que Cherry pudesse respirar.
— Cherry White!— Respondeu, tentando ao máximo causar uma boa impressão.
— Adorei seu laço!— Disse a garota simpática, em seguida voltou a conversar com outras garotas que estavam ao seu lado. Era tudo tão sincronizado de um jeito engraçado, como se todos estivessem se conhecendo neste exato momento.
Geralmente nas escolas, ainda mais no segundo ano, a maioria dos alunos já se conhecem a décadas e quando um novato entra no ambiente ele rapidamente sente que seu lugar não é ali. É claro que depois ele descobri que precisa se infiltrar para sobreviver.
Mas naquela sala não era assim. Ninguém parecia se conhecer a tanto tempo, era uma grande sala de alunos novatos.
O professor fechou seu computador e começou a falar sem parar, deixando Cherry sem a menor idéia de qual matéria se tratava. Se deu conta que era história e se distraiu por um segundo olhando para a sala. Eram alunos muito bem arrumados.
Quase todos tinham seu computador sobre a mesa, porém sua atenção se ateve em um jovem no final da classe. Ele era alto e forte, e conversava descontraído com seu amigo a frente. Tinha o cabelo perfeitamente ondulado e castanho dourado .“Nossa e que sorriso..” pensou ela, se referindo a um sorriso quase aberto, extremamente angelical.
Seu celular vibrou em seu bolso e ela acordou para vida, dando conta que tinha um celular.
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Mensagem:
O NOME DELE É DAVID, GOSTOU?
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Seu coração quase saltou pela boca. Escutou um risinho vindo de trás. Francine estava com um celular na mão.
“Bluetooth” — Sussurrou a garota em risos.
“Maldita tecnologia” pensou Cherry.
Passaram-se três aulas exaustivas e puxadas, para um primeiro dia de aula. Cherry estava desesperada para ver como seu irmão estava se saindo.
No intervalo todos os alunos foram para parte externa da escola que ficava na parte de trás.
— Cherry aqui! — Gritou Lara. Ela estava com um bocado de amigas sentadas perto de uma arvore , reparou que o espaço externo da escola parecia um enorme jardim.
— Como foram as aulas? — Perguntou ela entre risos.
— Um tédio. Não entendi um terço do que os professores falaram.
— Essa escola é muito puxada, eu me mato de estudar para as provas. Se não fosse pela sua avó eu nunca estaria aqui!
— Como assim? — Perguntou Cherry.
Laura falou baixinho.
— Ela que paga meus estudos — Falou a garota meio envergonhada, Cherry agora tinha uma imagem um pouco diferente da avó.
Depois do silencio que se fez as duas observaram os alunos passarem conversando, todos descontraídos, mas ainda com a atitude calma e estranha que não era nada comum nos colégios normais.
— Eles são tão...
— Calmos? Comportados? Irritantemente educados?— Perguntou Lara sarcástica.
— É... não consigo entender.
— Você só precisa entender que são todos alunos de famílias ricas, a maioria tem etiqueta.
— Eu tive a impressão que muita gente estava se conhecendo hoje.
— Isso é extremamente comum por aqui. Os alunos de Sant’ Marrie são filhos de pais que viajam pelo mundo inteiro á negócios.— Falou ela — Alunos se matriculam e saem com muita freqüência, são poucos que assim como eu estão aqui desde pequena.
Cherry havia encontrado o motivo para o total desinteresse dos alunos ao verem ela entrar na sala. É claro que ela ignorou o fato de alguns garotos a olharem ao entrar na sala e fazerem um barulho estranho.
Mas antes que ela abrisse a boca para fazer mais perguntas a Lara ela viu...
Estavam em sete, e andavam juntos. Jovens extremamente bem arrumados. Os alunos da escola podem não ter se importado quando Cherry aterrissou na escola, mas esses jovens sem sombra de duvida chamaram a atenção de todos.
Eles pararam no meio do jardim e olharam para os lados. Ela achou aquilo muito engraçado “São palhaços ou algo do tipo?”. Quando avistaram alguns conhecidos se separam.
Ela não pôde deixar de notar em um dos jovens.
Era um pouco alto e tinha um cabelo negro e comprido, de forma que uma parte ficava atrás da orelha e a outra ficava livre para cobrir seu rosto às vezes. Tinha uma cor levemente bronzeada, ela concluiu que deveria ser claro igual a ela mas os benefícios do sol fizeram melhor a ele. “Bronzeamento artificial?”
Possuía olhos negros que cintilavam de longe, e seu sorriso era cheio de dentes. Algo provocante demais e muito desconfortável. Se fosse possível, ela interpretaria aquele sorriso como algo que representava desejo. Nunca vira na vida alguém tão atraente, mas que lhe causasse também uma estranha repulsa.
2 comentários:
Com certeza uma das melhores histórias que já li!!!!!!
Le!!!! Você por aqui \o/
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